segunda-feira, 16 de março de 2009

duas partes

parte 01

Nada me acontece sem toques, está mesmo tudo  ligado. Mais estranho que um escape de palavras cortantes é notar ao redor o que lhe consome. Eu sei ansiedade, é você de volta e em voltas. 

Quando no primeiro emaranhado você se fez presente, eu poderia ter já previsto o depois, mas o apagar das luzes só abre precipícios entre um quase real e a mera ficção. Na estrada tudo se mistura, uma falha boba e um arrependimento real, algo como seria os doces e salgados temperados por aquele veneno com gás. 

Nada que entope pode um uísque curar; sim, Johnny pedia para me levantar e andar, quando tudo que estava ao meu alcance era sentar-me na natureza da passividade. Era o Rotten. 

Se o olhar compensa? Não sei, é difícil dar um palpite quando duas décadas te separam. Em ambas você é linda, e em ambas eu estou bobo. Egoísta sim, mas as linhas surgem apenas algumas horas depois, sabe? Então, o que esperar?

Eu só queria o que os toques me proporcionaram da primeira vez, um encontro de marés que pareciam distantes e que.. eu, de toda forma, pude sentir.

parte 02

Como é sentir-se em casa? Está claro. Não há TV, banheiro, quarto, colchão ou cheiro que me convença. São apenas pessoas, são elas que me fazem viver. Aprendo cada dia mais sobre a palavra "simples", vejo que aqui mora a complexidade que desabrocha na maior beleza que meus olhos, de fato, vêem. 

Eu nasci junto com minhas próprias críticas, penso: se há tanta desgraça e quem as causa somos nós, porque então fico imerso como um sonhador? Bom, dane-se qualquer repetição gramatical, está claro novamente, isto é por vocês, pessoas.

Vocês que me põem pra dormir e me acordam; me conduzem por ruas novas e me buscam à qualquer horário. Vocês que se importam com minha saúde e com meus planos. Só não digo que me sinto como um rei, porque qualquer rei é tolo, ele não pode saber como é sentir-se igual e nem pode abraçar os personagens. Não há lugares como nossas casas.


quarta-feira, 4 de março de 2009

estou vendo hoje

Eu não sei como tudo aconteceu, sei que isso se tornou meu principal meio de transporte, meu principal esporte, minha principal diversão, meu objeto de pesquisa.

Faz parte de minha vida, de meus objetivos futuros pessoais, de que desejo para relações interpessoais, etc etc etc.

Por tudo que tenho, por tudo que penso e realizo, eu sinto muito em olhar para olhares que veêm algo tão simples e julgam tão complicado.

É, é sério... é como tirar as rodinhas laterais e se jogar no aprendizado, é como soltar as mãos do guidão e fechar os olhos enquanto o vento bate no peito. Pra mim, é isso. Nada mais, exceto tudo.

na foto: Giant Bowery ' 72.