terça-feira, 24 de novembro de 2009

boo.


Boo † 22/11/09

E uma parte de mim também se vai.

Se vai porque fica difícil imaginar o ambiente que já foi nosso ser só meu. Se vai porque um abraço ou um simples miado me fazia um novo dia.

Nunca sei se o erro foi domesticarmos animais ou o erro foi mantermo-nos ignorantes e não saber tratá-los. Quem sofre são eles, e também, quem sofre são aqueles que se apegaram à eles. Como é difícil, mas como é egoísta esse fim da linha. Estamos e entramos num caminho sem volta, ou com uma passagem muito além do que poderíamos algum dia pagar. E isso que sabemos como pagar! Pois desenvolvemos cartões eletro magnéticos que simples toques e contatos fazem transações para qualquer lado do planeta. Mas não pensamos seriamente em como tratar irmãos humanos ou da espécie que mora ao lado. Leva muito tempo, e verdadeiras culturas, que são interessadas em desenvolvimento da alma e das relações não se pagam com nossos cartões.

A dor de perder um amigo é dura, mas perder para alguém que em sua concepção julgou que dar veneno para o felino morrer seria a coisa certa à se fazer é uma dor que não sara, é uma dor calada e que deixa marcas. Age dessa forma por ele não ser o primeiro, nem o ultimo e, principalmente, por tantos outros em matadouros, fazendas, laboratórios e pet shops que diariamente se desfazem dos olhares mais sinceros que conhecemos para virarem produtos.

Boo, meu gatinho gordo, eterno amigo. Hoje minhas lágrimas vão pra ti, que viveu feliz, que teve oportunidades de ser um pouco gato e que me proporcionou sempre a oportunidade de me sentir mais humano.

Espero que estejas bem.