segunda-feira, 24 de junho de 2013

Janela

Um dia acordou 40 minutos antes do despertador, abriu a janela e sentiu um vento gelado batendo no peito. Fechou os olhos e sentiu o pulso cair num ritmo descompassado e silencioso. Foi nesse momento onde percebeu claramente que ninguém poderia compreender a dor que passou. E compreender o que? Compreender pra que? As dezenas de meses em que deitou-se com a cabeça e o coração todo nela e a alma vazia, tornavam impossível que houvesse outra constatação, senão essa. Pensou que se alguém duvidasse ou ela duvidasse, não que a dúvida fora do universo importasse, teria uma resposta pronta: O vento frio estaria impedido pelo vidro e o seu rosto adormecido em seu peito, por apenas mais uma noite, destituiria a insônia. A janela fechada asfixia, mas a janela aberta só recebe a dor.

30/11/2012