parte 01
Quando no primeiro emaranhado você se fez presente, eu poderia ter já previsto o depois, mas o apagar das luzes só abre precipícios entre um quase real e a mera ficção. Na estrada tudo se mistura, uma falha boba e um arrependimento real, algo como seria os doces e salgados temperados por aquele veneno com gás.
Nada que entope pode um uísque curar; sim, Johnny pedia para me levantar e andar, quando tudo que estava ao meu alcance era sentar-me na natureza da passividade. Era o Rotten.
Se o olhar compensa? Não sei, é difícil dar um palpite quando duas décadas te separam. Em ambas você é linda, e em ambas eu estou bobo. Egoísta sim, mas as linhas surgem apenas algumas horas depois, sabe? Então, o que esperar?
Eu só queria o que os toques me proporcionaram da primeira vez, um encontro de marés que pareciam distantes e que.. eu, de toda forma, pude sentir.
parte 02
Como é sentir-se em casa? Está claro. Não há TV, banheiro, quarto, colchão ou cheiro que me convença. São apenas pessoas, são elas que me fazem viver. Aprendo cada dia mais sobre a palavra "simples", vejo que aqui mora a complexidade que desabrocha na maior beleza que meus olhos, de fato, vêem.
Eu nasci junto com minhas próprias críticas, penso: se há tanta desgraça e quem as causa somos nós, porque então fico imerso como um sonhador? Bom, dane-se qualquer repetição gramatical, está claro novamente, isto é por vocês, pessoas.
Vocês que me põem pra dormir e me acordam; me conduzem por ruas novas e me buscam à qualquer horário. Vocês que se importam com minha saúde e com meus planos. Só não digo que me sinto como um rei, porque qualquer rei é tolo, ele não pode saber como é sentir-se igual e nem pode abraçar os personagens. Não há lugares como nossas casas.