segunda-feira, 23 de maio de 2011

Só represento o peso, só posso amar o caminho.

A analogia pode ser feita de variadas formas, mas eu venho para a minha realidade diária:

Imagine-se saindo de casa com uma bicicleta que pesa uns 30 kilos e tem o pneu um pouco vazio. No caminho, há as certezas de encontrar ladeiras e descidas, assim como pouquissimas planícies, que somente crescem na sua imaginação. O caminho parece mesmo difícil, mas ele não se compara à dificuldade de saber que existe uma bicicleta perfeita para cruzar o mesmo percurso; uma que te dá forças, apoio e é menos propensa à quedas.

Ela existe e está lá, na sua garagem, mas as paredes são de concreto maciço e você não tem a chave da pequena porta. E assim são os relacionamentos: cada qual sai de casa com uma bicicleta horrível, carregada de fantasias macabras, interesses impetuosos e desejos estupidos.

É uma visão mesmo assustadora, mas não se pode negar o fato que existem outras pessoas que possuem uma chave que cabe em sua garagem. O grande problema é que dificilmente elas se encontrarão no mesmo espaço e no mesmo tempo para desfrutarem de uma nova alternativa para enfrentar o caminho que todos nós temos. Enquanto uns vão, outros voltam.

As lágrimas não querem se mostrar, pois tem vergonha da briga em que se encontram. A analogia e tudo que aprendemos juntos não superam a tristeza de não fazer mais nada mexer em ti. Talvez o peso.

2 comentários:

Unknown disse...

Encontros e desencontros...

Garota Psykóze disse...

Fiz uma leitura bem pessoal do seu texto... Pode ser egocentrismo, total projeção minha o modo como interpretei isso tudo, mas... Bem, eu sou distímica, e fiquei 2 anos em depressão, com reincidência. Minha disfunção neuroquímica me leva a crer que a vida só faz sentido se ela for realmente vivida. Uma vida estática já é a morte. Essas coisas de eterno, para sempre, sei lá o quê, isso é uma tremenda ilusão desses macacos bípedes eretos que não crêem fazer parte da natureza. Porque na natureza não existe essa besteira de para sempre. Tudo o que é vivo nasce, cresce e morre. A gente tem horror a isso porque nos remete à nossa própria finitude. Tant pis!
Enfim, a graça de estar vivo é essa... O mundo é tão grande. Tantos serezinhos neuróticos, psicóticos e perversos caminhando por aí, tantos mundos a serem descobertos...
E, no fim das contas, as mortes adubam a vida...
Bisous, mon cher.