segunda-feira, 7 de julho de 2014

Não é só pela pobreza

É melhor não enumerar, nem pensar em uma lista ou relatar com precisão o que os ventos trazem. Você vai, vai para frente, não olha para trás, tropeça; mas enxuga as lágrimas que se misturam ao sangue das pernas. 

Talvez mais uma distração, talvez um pouco mais do mesmo, um sentimento de repetição infinito que incrivelmente se conecta às esperanças. Indefinidas esperanças, indefinida dose de não saber o que é que deve-se esperar, mas espera; e procura em pequenos traços de conforto o que a mente já produziu algum dia. 


E então fui ler suas ultimas palavras; tu é o abraço favorito, a risada mais escandalosa, as piadas mais preciosas, o sarcasmo mais ácido, a saudade maior ... ou apenas a minha guerra interna de não saber respeitar as partidas? Já não sei; não é solidez, tampouco é ausência ... Até eu ver que fazem já quatro meses que espero o resultado de suas ultimas linhas.

Em oposto, o passo foi para o lado. Nem pra frente, nem pra trás. São lados. Para uns, é mais fácil decidir, é mais fácil deixar morrer e partir. Pouca coisa nesse mundo é sentida da mesma forma. E é verdade, a leveza se dispersa.


Não é só pela pobreza ou desespero. 
É com carinho que lembro de ti, Teresa.

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